"O PRISIONEIRO DE CRISTO JESUS". Efésios 3.1-13

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Prisioneiros de Jesus
Por Elben César
Se no primeiro século da igreja cristã houvesse cartão de visita, certamente no de Paulo estaria escrito: “Paulo de Tarso, o prisioneiro de Cristo Jesus”. O apóstolo se chama de prisioneiro de Jesus pelo menos quatro vezes: duas na Epístola aos Efésios (3.1; 4.1) e duas na Epístola a Filemon (v. 1 e 9). Uma vez se apresenta como o “embaixador em cadeias” (Ef 6.20). Duas vezes se declara algemado por causa de Jesus (Cl 4.3 e 2Tm 2.9). Quatro vezes menciona o nome dos que eram seus companheiros de prisão: Andrônico e Júnias (Rm 16.7), Aristarco (Cl 4.10), Onésimo (Fm 1.10) e Epafras (Fm 1.23). Na Segunda Epístola aos Coríntios, Paulo conta que esteve preso várias vezes, mais vezes que os demais apóstolos (2Co 11.23). Quanto se saiba, o apóstolo passou pelas prisões de Jerusalém, Cesareia, Filipos (na Grécia) e Roma. Ele fez sua quarta e última viagem missionária como preso, entre outros sentenciados e entre os soldados que os guardavam. Numa das cadeias, teve os pés amarrados entre dois blocos de madeira (At 16.24). Em compensação, na capital do Império ele esteve numa prisão domiciliar, naturalmente na companhia de um soldado que o vigiava. Ele não podia sair de casa, mas, por dois anos, transformou aquele imóvel alugado num lugar de reuniões (At 28.16-31). Por essa razão, escreveu a Timóteo: “Estou sofrendo até algemas, como malfeitor; contudo, a palavra de Deus não está algemada” (2Tm 2.9). Tantas referências às prisões de Paulo podem indicar não apenas um desabafo do apóstolo, mas também uma ponta de orgulho por estar sofrendo por causa do Senhor, a quem antes perseguia. Na leitura de suas cartas pastorais, percebe-se claramente que Paulo era de muito bom grado o prisioneiro de Cristo Jesus em outros sentidos. Era prisioneiro de Jesus quanto ao caráter. Ele crucificava a carne com suas paixões e seus desejos (Gl 5.24), “esmurrava” o seu corpo e o reduzia à escravidão, isto é, tratava duramente seu apetite pecaminoso e o obrigava a ser controlado ou subjugado (1Co 9.27). Era prisioneiro de Jesus quanto à doutrina. Ele não queria saber de outro Cristo (2Co 11.4), outro evangelho (Gl 1.6) nem outra doutrina (1Tm 6.3). Ele cria no que havia recebido do Senhor e era exatamente isso que transmitia para os outros (1Co 11.23; 15.3). Era prisioneiro de Jesus quanto à esperança. A escatologia de Paulo tinha como alicerce a morte e a ressurreição do Senhor: “Se Cristo não ressuscitou é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé” (1Co 15.14). Mas, como Cristo ressuscitou de entre os mortos, ao ressoar da última trombeta, num abrir e fechar de olhos, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e os que estiverem vivos na ocasião serão transformados (1Co 15.20, 52). É Jesus quem está colocando todos os poderes do mal, um por um, debaixo de seus pés (1Co 15.25). As Escrituras deixam claro que, se alguém não se fizer, como Paulo, prisioneiro de Jesus em matéria de caráter, de doutrina e de esperança, não pode ser seu discípulo. O cartão de visita de Paulo precisa ser o meu cartão e o seu cartão! Somos todos felizes e abençoados prisioneiros de Jesus!
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